Os terrários são criados com plantas coletadas nas calçadas
e ruas, de galhos sem vida de árvores, no chão de matas onde se desprendem acidentalmente dos exemplares arbóreos em regiões rurais próximas a São Paulo.
Alguns contém espécies vegetais exóticas, como mini-orquídeas e pequenas forrações adquiridas nos mercados de plantas.
O contraste das cores, formas, tamanhos e texturas das plantas e galhos criam um universo em pequena dimensão, de escala reduzida, produzindo a sensação de um microcosmo.
São pequenos ecossistemas, pequenas estufas, uma mini-florestas onde se recriam as condições de um ambiente tropical, ou seja, umidade e temperatura altas e constantes, possibilitando o cultivo de plantas tropicais e subtropicais.
A maioria dos vidros utilizados nos terrários são vidros reciclados.
Um olhar
sobre a floresta
Ao olhar para o terrário, temos
a sensação de dar um zoom, colocar uma lente de aumento sobre um pequeno galho de árvore, uma minúscula porção
da casca de um tronco de árvore, um barranco na beira de uma estrada. Uma parte tão pequena da floresta e quanta diversidade de formas, tamanhos, cores e texturas.
Um olhar
sobre a cidade
Expandimos aqui também nosso olhar para as ruas de nossas cidades.
Aqui se destacam musgos e pequenas plantas que crescem em muros, meios-fios, calçadas
e ruas por onde passamos despercebidos de sua existência no nosso dia a dia.
Pisamos nelas muitas vezes sem perceber e dar importância a sua existência, chamando nossa atenção sobre sua delicadeza, sua beleza.
Na pressa e desatenção em nosso deslocamento pela cidade, um olhar mais demorado sobre
o nosso entorno se torna desnecessário, impossível diante de nossos pensamentos, preocupações, envolvimento com nossos afazeres durante o deslocamento de um lugar para o outro.
Fabrício Sbruzzi